Atendendo adultos, crianças e adolescentes desde os anos 1970, João Francisco Neves percebeu como a família estava implicada nos conflitos. Viu, então, a necessidade de incluí-la no processo analítico. A teoria existente, que privilegiava o sujeito e sua individualidade, não era mais suficiente para lidar com as questões que vivenciava na clínica. Acabou encontrando no próprio Freud e nos pós-freudianos indicações de uma teoria psicanalítica das estruturas conjugal e familiar com a qual vem formando outros psicanalistas.A necessidade de uma nova abordagem vem das complexas mudanças na sociedade atual. O papel do pai é uma delas. Segundo o psicanalista, se antes da era moderna o pai era um referente absoluto e tinha sua força exercida em toda a plenitude, na modernidade seu papel foi perdendo sentido e espaço. Hoje, no que se chama de mundo pós-moderno, o pai deixou de ser um referente. Sua função é a lei. Quando chega ao consultório uma família sem limites é porque o pai não está atuando. Ele não mais sustenta seu lugar.