Com o início dos trabalhos de levantamento de solos realizados no país pela equipe do Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas (CNPEAMA), na década de 1950, já se percebera a necessidade da padronização de linguagem e conceituação de características de solos empregadas na sua identificação e classificação, para atender aos trabalhos de mapeamento de solos que se espalhavam pelo Brasil.
Para atender a essa demanda, a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) criou a Comissão de Método de Trabalho de Campo, que, já em 1963, publicou a primeira edição do Manual de Métodos de Trabalho de Campo, reeditada em 1967 e 1973.
Em razão do conhecimento ainda incipiente que se dispunha dos solos em nível mundial, e particularmente no Brasil, a elaboração do Manual baseou-se quase que integralmente na transcrição de conceitos do “Soil Survey Manual” (Estados Unidos, 1951) cuja equipe de pedologia já vinha acumulando conhecimentos em solos dentro e fora de seu território. Pequenos ajustes e adequações adotados basearam-se nas recomendações das reuniões técnicas da antiga Divisão de Pedologia e Fertilidade do Solo do Ministério da Agricultura e do Serviço Nacional de Levantamento e Conservação do Solo (SNLCS), atual Centro Nacional de Pesquisa do Solo – CNPS (Embrapa Solos).
Com a evolução e intensificação dos trabalhos de levantamento de solos no país, constatou-se que novas adequações eram necessárias, visando atender determinadas peculiaridades de solos brasileiros. Em 1979, foi publicada a Súmula da X Reunião Técnica de Levantamento de Solos (SNLCS, Série Miscelânea, 1), trabalho resultante de reuniões realizadas pelo então SNLCS com a finalidade de revisar, atualizar e consolidar os conceitos, critérios, definições e terminologias utilizados por aquela instituição nos trabalhos de levantamento de solos. Esse material, juntamente com as informações do “Soil Survey Manual”, serviu de base para a publicação das novas edições do Manual, em 1984, 1996, 2002 e 2005).
Já a partir da penúltima edição, em várias ocasiões (congressos, viagens de correlação, trabalhos de levantamento de solos, entre outras), e com a publicação do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos pela Embrapa Solos em 1999, com a segunda edição em 2006, vários usuários apontavam para a necessidade de uma reestruturação do Manual, objetivando fornecer mais informações, clareza e complemento de definições de alguns itens, melhoria nas ilustrações e acréscimo de outras. Dessa forma, mesmo que não seja obra acabada, grande parte das demandas foi contemplada nesta edição revisada e ampliada.
O Manual constitui documento oficial da SBCS no que diz respeito à definição e normatização das características morfológicas normalmente utilizadas na descrição e coleta de perfis de solos no campo. Embora seja útil para diversos fins, seu objetivo principal é a uniformização da linguagem empregada na metodologia de campo para a descrição de perfis, com destaque para aqueles descritos e coletados nos trabalhos de levantamentos pedológicos.
É, portanto, fruto do trabalho e da experiência de pedólogos de diversas instituições que trabalham ou trabalharam em levantamentos pedológicos, no ensino de solos e que vêm tentando melhorar conceitos e padronizar a linguagem pedológica ao longo dos anos no país. A SBCS é grata a todos que contribuíram
para que esta obra chegasse onde chegou e espera novas sugestões para seu aprimoramento.SUMÁRIO
I. SOLO, PERFIL E HORIZONTES
A. Descrição morfológica de perfis de solos
B. Seleção do local para descrição do perfil
C. Sequência para exame morfológico do perfil
II. HORIZONTES DO SOLO
A. Espessura e arranjamento dos horizontes
B. Transição entre os horizontes
C. Estudos das características morfológicas dos horizontes
1. Cor
2. Textura
3. Estrutura
4. Porosidade
5. Cerosidade
6. Superfícies de Compr...