A estreia da premiada dramaturga Manuela Dias na literatura é uma alegoria visceral, bruta e cirúrgica sobre o mundo que vivemos
“A pior coisa que uma sociedade pode fazer é conseguir que você odeie ser como é.” - Manuela Dias
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Tilikum tem uma força incomum. Tilikum pode nadar tão rápido quanto os peixes. Tilikum pode permanecer debaixo d’água por um tempo que os humanos comuns não conseguiriam suportar.
Tilikum tem pai, mãe, irmãos... Tilikum tem uma família. Tilikum quer viver.
Neste seu livro de estreia, a dramaturga Manuela Dias toma emprestada a cronologia da vida da baleia Tilikum para contar a história de Tilikum, agora um ser humano portador de uma mutação genética que o faz ser diferente, mas não menos humano que qualquer um de nós.
Agora somos Tilikum. Arrancados de nossas famílias, vivemos, cada um de nós, num cubículo onde mal conseguimos nos mover. Aquilo que o faz diferente de outras pessoas já não é um detalhe senão o seu destino, a razão pela qual você estará condenado a servir de entretenimento a uma turba de outros homens e mulheres sorridentes.
Oh, que maravilha! Vamos, Tilikum! Mais um pulo! Mais um rodopio! Mais um beijinho!
O que você vai fazer, Tilikum?