Depois de anos fora de catálogo, um dos mais impactantes relatos da Primeira Guerra Mundial traz a experiência nas trincheiras do premiado escritor alemão
Em 1915, um entusiasmado Ernst Jünger (1895-1998) partiu da Alemanha para o front francês da Primeira Guerra Mundial. A experiência nas trincheiras desse premiado autor alemão é o tema do Tempestades de aço, um dos mais conhecidos relatos sobre o conflito, traduzido por Marcelo Backes, também responsável pelas notas e o posfácio.
Ao contrário de boa parte dos livros de temática bélica, o relato de Jünger não carrega traço algum de pacifismo ou vitimização – mesmo ele tendo sido ferido quatorze vezes durante o conflito. A guerra, em sua visão, é o terreno da bravura e da masculinidade, um rito inerente ao ser humano e que beira o espetáculo.
Tempestades de aço, um testemunho minucioso da vivência nas trincheiras, foi publicado logo depois da guerra, em 1920, com impacto imediato, tanto na Alemanha quanto internacionalmente. A maestria do relato, que pode ser lido como um thriller de pura ação, com narrações emocionantes como a da lendária batalha do Somme, encantou autores como André Gide, que o considerou “o melhor livro de guerra que já li”, e Jorge Luis Borges, que fez questão de visitá-lo no interior da Alemanha, onde vivia, para cumprimentá-lo.