Versos livres, sonetos, versos de três sílabas, oitava real.São várias vozes, cada poema é uma vozNas palavras do próprio autor, “se a pedra é o grau zero da matéria e a luz o elemento mais elevado do espírito, Pedra de luz (selo A Girafa) pode ser lido como uma viagem ao ponto onde esses extremos se tocam”.De fato, a poesia de Rodrigo Petronio é com freqüência um esforço de união de opostos, em especial nos casos em que esses opostos não são apenas antagônicos, mas também — e necessariamente — complementares. A energia dos versos de Rodrigo reside precisamente nisto: em não ter medo de enfrentar as ambiguidades, e em reconhecê-las e lidar com elas de muitos modos. Como ele mesmo diz, seus poemas incluem “muitas formas, muitos metros, muitas notas. Epigrama, dístico, soneto, terza rima, quadra, oitava real, verso branco, verso livre, alexandrino, decassílabo, polimetria, polirritmia e até poemas ready made”. Em meio a essa diversidade, está sempre presente a ideia e a experiência da totalidade, a noção de que as partes só são partes por meio de sua relação com o todo e vice-versa.