Dispõe enfim o leitor da tradução integral em versos do poema Orlando Furioso, de Ludovico Ariosto, feita por Pedro Garcez Ghirardi, publicada em dois tomos na Coleção Clássicos Comentados da Ateliê Editorial. Pedro Garcez Ghirardi traduziu poeticamente nada menos do que 38.576 versos, distribuídos em 4.822 oitavas-rimas por 46 cantos. Lembro ainda que a tradução parcial do poema (Orlando Furioso – Cantos e Episódios) publicada pela Ateliê em 2002 recebeu o prêmio Jabuti de Tradução em 2003, de sorte que estamos aqui diante de um trabalho cuja excelência já é publicamente reconhecida. Entenda o leitor que, assim como é monumental a obra original de Ariosto, em correlata e obrigatória medida é também monumental sua versão poética, formalmente análoga e integral. A tradução, sendo, como é evidente, lavor extenso, mostra-se também intensa, conforme relata no Posfácio o próprio tradutor, quando de Ariosto diz que “cada uma de suas oitavas é, em si mesma, uma obra de arte. Nas estrofes, o admirável trabalho das rimas mereceria, por si só, estudo particular. A perfeita construção da ottava d’oro foi um dos mais preciosos legados de Ariosto a grandes poetas, dele diferentes em tantos aspectos, como Camões e Tasso”. [João Angelo Oliva Neto, professor livre-docente da Universidade de São Paulo] Autor\r\nLudovico Ariosto (1474-1533) foi poeta italiano. Filho de um membro do tribunal de Ferrara, estudou Direito, abandonando a carreira para dedicar-se à poesia. Estudou os poetas latinos e a composição de seus versos. A obra de Ariosto é vasta: Poesias Líricas Latinas (1493/1503), Sátiras, peças de teatro etc. Sua obra mais famosa é o poema Orlando Furioso, que seria a continuação de uma obra de Matteo Maria Boiardo intitulada Orlando Enamorado. O poema, composto de 46 cantos em sua versão final, alcançou grande sucesso, por ocasião de sua publicação. Nele, o poeta ridiculariza a nobreza feudal em decadência, ao mesmo tempo que prenuncia o novo homem da Renascença. Além de seus aspectos sociais, a obra consegue unir um enredo fantástico a uma versificação harmoniosa. Narra uma série de episódios que derivam de épicos, romances e poesia heroica da Idade Média, destacando-se três histórias nucleares à volta das quais as outras se formam: o amor de Orlando por Angelica – a de maior importância; a guerra entre cristãos (liderados por Carlos Magno) e mouros (liderados por Agramante) perto de Paris – que constitui o cenário épico para toda a narrativa; e o amor entre Rogério e Bradamante – uma cortesia literária em honra da família Este, que se supõe descendente daquelas duas personagens.Tradutor:\r\nPedro Garcez Ghirardi é professor titular de literatura italiana da Universidade de São Paulo (2006). Mestre (1982) e doutor em Letras (1987) pela mesma universidade, onde leciona desde 1980, tendo chegado à livre-docência em 1993. Pesquisador na área de Letras e de Tradução (prêmio Jabuti, 2003, pela tradução do Orlando Furioso, de Ariosto). Principais campos de interesse: Literatura Italiana – Literatura Comparada – Tradução – Literatura da Imigração Italiana.\r\n\r\n