Em Olhos de Cobra, algumas narrativas se entrecruzam. Bernardo precisa encontrar Clarice e, para isso, busca o paradeiro de Laura. Mas a história de Laura está envolta em mistérios. Herdeira de uma fazenda de café, ainda menina, se vê órfã e abandonada em um convento, depois de escapar de uma enchente que levou embora sua fazenda, sua família, seus amigos. Seu passado se resume a vagas lembranças e lendas. Tia Doca, sempre vestida de preto, vagando ao entardecer à beira do Paraíba do Sul, à espera de seu grande amor, que desaparecera de maneira misteriosa. Mariana, sua melhor amiga, filha de ex-escravos, engolida pelas águas turbulentas. A Moça do Rio, que anuncia desgraça. O Cujo, que toma forma quando menos se espera. A Jararaca à espera de quem ouse cruzar o Bambuzal. A maldição que seria a responsável por acabar com sua família. O rio Paraíba do Sul guarda em suas entranhas muitos mortos... e muitos segredos. Laura, ao longo de seu caminho, carrega consigo um pouco de ambos... Quando foge do convento e chega à Lapa, conhece um novo mundo ao lado da Mãe que lhe acolhe. Mas seu passado continua a rondá-la, ameaçador. Quando Bernardo inicia sua própria busca para encontrar e entender Laura, ele se depara com lendas, crimes, grilagem, em um emaranhado de casos, coincidências e outras histórias sem solução. O que é real? O que é ficção?