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Numa trama com um cenário sombrio, um casal separado volta a se reunir dos dois lados do caixão de seu filho morto, revendo cada um sua vida e o que os conduziu àquela trágica situação.
Neste livro, Lya Luft aborda o tema central de sua literatura: as relações humanas, sobretudo familiares, e mais especificamente um dos temas mais questionados pelo homem: a morte; sinistra e sedutora, tratada de maneira densa, poética e misteriosa. Aqui ela se torna persongem central — sinistra e sedutora, tema do qual não se pode fugir, porém todos procuram negar, é tratada em O quarto fechado de maneira densa, poética, misteriosa.
Loucura, segredos, culpa, desencontros, amores frustrados, fatalidade, omissão, ternura sucumbindo a forças negativas fazem com que o leitor aqui e ali se sinta retratado, tocado, compreendido. A autora constrói cenas e diálogos nos quais delicadeza e brutalidade se revezam para delinar a dura condição da existêncvia humana, às vezes sórdida demais, às vezes leve e prazerosa. São pequenos detalhes que, revelados no texto de Lya, parecem familiares, reais, nossos conhecidos: são os nossos tormentos colocados nestas páginas, numa visão sóbria e implacável, mas jamais condenatória.
""Ele dava os primeiros passos em sua Morte, abracado a ela, que o instruia devagar. Nao havia pressa: a deriva, lentamente, afastava-se de urn mundo que nao interessava mais. Tinha o rosto de urn adolescente, quase uma delicada mulher. Mas, recoberto de uma poeira dourada, perdera a juventude e ostentava aquela mascara solene: o gelo de uma nova sabedoria.""
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