Nos anos 80, os jovens Pedro (o narrador) e Felipe partem para Nova York, deixando para trás suas vidas confortáveis de classe média alta, em busca de sua independência. É a época de ouro do mercado financeiro de Wall Street, as drogas estão por todo lado e as festas não têm fim. São noitadas, restaurantes, compras, festas em lofts, um caleidoscópio de hedonismo, e os dois jovens em busca de autoconhecimento e da realização de seus desejos. Se enturmam com o jet-set europeu e partem para a Itália, a bordo de iates suntuosos, navegando pelo Mediterrâneo em um dolce far niente, a não ser curtir a vida, tomar sol, nadar e festejar! A busca final de Pedro está na Califórnia, para onde vai, desejando atingir seu ponto de ajuste, mas é forçado a reconhecer a inevitável perda e, possivelmente, a redescobrir seus melhores instintos e amadurecer. Este é um notável romance de formação da juventude e de como a vida pode ser surpreendente.
Roberto Ferreira da Rocha, Professor Associado no Departamento de Letras Anglo-Germânica da Faculdade de Letras da UFRJ, em sua apresentação do livro diz que “Se no cinema há o “road movie”, O Quarto Estava Gelado e Escuro poderia ser classificado como um “ride novel”. Nas suas três partes, o enredo se desenvolve em Nova York, no Mediterrâneo, e na Califórnia. Há também um epílogo no qual o narrador-protagonista faz um balanço de suas experiências, e procura solucionar seus impasses existenciais. A ação se desenvolve em uma sucessão frenética de cenas nas quais domina o diálogo ágil e a descrição suscinta e precisa na criação de atmosfera.
“O livro com certeza excita os sentidos dos leitores e leitoras. O narrador não se exime da carnalidade das várias cenas homo, mas também hetero e eróticas que abundam no seu texto. Essas cenas, que talvez seja exagerado chamar de sublimes, não excluem o afeto pelo outro. Elas dificilmente ocorreriam em Sade, mas poderiam ser incluídas em páginas de Henry Miller e Jean Genet. Com exceção de uma, que não me atrevo a revelar.”