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Publicado postumamente em 1986, O jardim do Éden, do Nobel de Literatura Ernest Hemingway, traça a vida de um jovem escritor americano e sua glamorosa esposa que se apaixonam pela mesma mulher.
A concepção de O jardim do Éden começou em 1946, contemporaneamente a outros romances lançados em vida por Hemingway, como O velho e o mareParis é uma festa. Mas só chegou às livrarias 25 anos após sua morte.
Considerado um divisor de águas na percepção de leitores e estudiosos do autor norte-americano, o romance é único entre as obras de Hemingway. Sua exploração de papéis e identidades de gênero, de práticas sexuais e sua expressão artística desafiaram as noções tradicionais que os fãs tinham de Hemingway.
Apesar de não ser um romance autobiográfico, muitas semelhanças envolvem o autor e seu protagonista. David Bourne é um jovem escritor norte-americano em ascensão, ávido por escrever a próxima história. Recém-casado com a glamorosa Catherine, viajam em lua de mel para a Côte d'Azur na década de 1920. Até que um dia conhecem Marita e, a partir desse encontro, a vida dos três ganha um novo rumo. David e Catherine se sentem atraídos por Marita, e o perigoso jogo erótico do qual participam quando se apaixonam pela mesma mulher enfraquece aos poucos seu relacionamento.
Em meio a esse triângulo amoroso, Hemingway nos dá excelentes pistas do que é ser escritor por meio das lutas intelectuais de David – quando tenta descrever em pequenas histórias sua viagem pela África com o pai, na infância, caçando elefantes, pondo em espera a narrativa principal que trata das suas viagens com Catherine. Ele também revela sua vulnerabilidade, escondida atrás de sua imagem pública, do alto preço que os artistas precisam pagar para seguir sua vocação.
Escrito no período pós-guerra e ambientado entre drinques e tardes ao sol, trabalho literário e diversão, O jardim do Éden consiste em um notável exercício de liberação e contém a personagem feminina mais impressionante do autor.
Esta edição conta com prefácio de Charles Scribner Jr., descrevendo como foi o processo de edição do manuscrito – em função da clareza e consistência de uma obra inacabada – e posfácio de Roberto Muggiati, apresentando as familiaridades entre Hemingway e sua obra.
“Uma narrativa enxuta e sensual... tensa, chique e estranhamente contemporânea, O jardim do Éden representa o Hemingway vintage, o mestre fazendo o que ninguém fazia melhor.” - R. Z. Sheppard, Time
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