LIVRO GANHADOR DO PRÊMIO BARTOLOMÉ HIDALGO 2017
Daniel Mella nos convida para uma viagem vertiginosa ao centro de sua neurose e de suas obsessões, com um estilo que lembra Bret Easton Ellis e J. D. Salinger. A fatalidade, aqui, é habilmente transformada em uma experiência meditativa que envolve o amor, as relações familiares, o luto, as crenças e a arte.
Ale é salva-vidas no litoral uruguaio. No verão de 2014, um dos mais tempestuosos já registrados naquela localidade, ele é atingido por um raio na guarita onde trabalhava, em Playa Grande. Morre eletrocutado, deixando pais e irmãos em enorme sofrimento. Dani, o irmão mais velho, é quem conta essa história, que mescla ficção e realidade, memória e invenção; e é no tempo futuro que ele nos insere no seio dessa família abalada pelo luto, como se todas as calamidades ainda estivessem por acontecer.
Como narrar a dor? Podemos racionalizar a morte e conviver com ela? Como e por que continuar vivendo?
Este é um romance sobre o luto, uma exploração urgente do vínculo fraterno e dos impactos que a morte pode causar em nossos círculos mais íntimos, bem como em nós mesmos. Numa prosa ágil e sensível, com pitadas de ironia e humor, o escritor Daniel Mella leva o narrador, impiedoso consigo mesmo, a enfrentar seu lado mais obscuro: suas obsessões, suas perversões, suas mesquinharias, mas também aquilo que pode redimi-lo, a literatura.