O Futuro da Escola: (re)imaginando uma etnografia sobre a relação dos jovens estudantes com o conhecimento escolar pauta-se na abordagem teórico-metodológica etnográfica situada na fronteira entre a antropologia e a educação. Assim, foram utilizados caderno de campo, notas etnográficas, descrição densa, entrevistas, fotografias, observação participante e produções textuais como formas de apreender um recorte da realidade social. Como jovens estudantes do Ensino Médio de uma escola pública da rede estadual do Rio de Janeiro se relacionam com o conhecimento socializado pela escola? Tal questionamento estava relacionado com o objetivo de estudar e investigar, pela ótica dos próprios participantes da pesquisa, qual é o papel da escola diante do conhecimento escolar. Dessa forma, emergiram três categorias analíticas: i) o conhecimento escolar, partindo da relação entre as instâncias críticas e pós-críticas, colocando em xeque as concepções de escola e suas contradições presentes na modernidade; ii) a ideia de juventudes em trânsito, abordando a relação dos jovens com o conhecimento escolar, compreendendo os processos educacionais e a própria imagem e concepção de juventude em sua relação com a escola; iii) por fim, articula-se a categoria futuro da escola, e dos seus sujeitos, em um processo de dupla transitividade, isto é, o futuro como temporalidade e o futuro como emergência e (re)imaginação das relações sociais dos jovens com o conhecimento e a escola. Defende-se a tese de que o conhecimento escolar, entendido como atos de significação, é uma dimensão criadora dos modos de subjetivação e diferença, capaz de permitir a emergência de transformações sociais no contexto da escola que ocorrem com base nas vozes dos seus sujeitos e pautando-se na enunciação cultural. Descrevem-se as vozes de alunos e alunas que se misturam à interpretação do pesquisador, (re)imaginando a escola do futuro, que só se faz existente por mudanças profundas em sua arquitetura moderna, por sua reconstrução sob rasura.