Com linguagem inventiva, O coronel e o lobisomem é uma obra-prima do realismo mágico brasileiro e mostra que o regionalismo não se esgotou.
O coronel e o lobisomem narra a história de ascensão e queda de Ponciano de Azeredo Furtado, herdeiro das terras e do título de seu avô, um coronel da Guarda Nacional. Nesta obra-prima povoada de animais e seres fantásticos, José Cândido de Carvalho apresenta um narrador-protagonista com raízes interioranas, que tem a sanidade testada ao entrar em contato com a vida na cidade.
Sem se valer de erudição elitista, o autor cria um romance regionalista original, a partir de um trabalho de invenção linguística que articula contos da cultura popular, incluindo fábulas encharcadas pelo realismo fantástico. Obtém, assim, um enredo que flutua entre os modos de vida do interior do Brasil e o imaginário latino-americano, ambos férteis para os mistérios da encantaria e os acontecimentos extraordinários. Como apontou Rachel de Queiroz, “no léxico de Zé Cândido não aparece uma palavra que não seja possível; se ela não havia até aqui, estava fazendo falta”.
Lançado em 1964, O coronel e o lobisomem é considerado um dos principais livros da literatura brasileira. Foi também publicado em Portugal, na França, na Argentina e na Alemanha, e recebeu os prêmios Jabuti, Coelho Neto (Academia Brasileira de Letras) e Luísa Cláudio de Sousa (PEN Clube do Brasil). No cinema, inspirou dois filmes homônimos: o de 1978, com roteiro e direção de Alcino Diniz, que representou o Brasil no Festival de Cannes, e o de 2005, dirigido por Maurício Farias, roteirizado por Jorge Furtado e Guel Arraes, com Diogo Vilela, Selton Mello e Andrea Beltrão no elenco.
A Editora José Olympio celebra a grande contribuição de José Cândido de Carvalho para a literatura brasileira com esta edição, aos 110 anos de nascimento do autor.
“José Cândido deu vida nova ao regionalismo brasileiro.” — Rachel de Queiroz
“Não hesito em colocar O coronel e o lobisomem entre os melhores romances da literatura brasileira de todos os tempos.” — Erico Verissimo
“A surpresa mais agradável no setor da prosa brasileira de que temos notícia desde o encontro decisivo com a obra de Guimarães Rosa.” — Leo Gilson Ribeiro
“É um dos pontos mais altos a que chegou a literatura brasileira.” — Marques Rebelo
“Alcança a linha da obra-prima.” — Josué Montello