“Esta é a história de Jesus e de seu irmão Cristo, de como nasceram, de como viveram e de como um deles morreu. A morte do outro não entra na história.” Haverá quem se incomode - e muitos já se incomodaram - com um começo assim, tão infiel à “verdade” dessa história. Logo que foi lançado, O bom Jesus e o infame Cristo chacoalhou a imprensa internacional.
Ao revisitar uma das mais célebres narrativas do mundo ocidental, Philip Pullman retorna também à grande preocupação de leitores e ouvintes deste e de outros relatos, hoje e em todas as épocas: o que aconteceu de fato naquilo que nos é contado? Na encruzilhada em que invenção e realidade se tocam, assoma a curiosidade irresistível pelo que separa a História de uma história.
Na engenhosa e fascinante reescrita do mito de Jesus a que se propõe Pullman, o personagem central assume duas personalidades: o primeiro, Jesus, é dado à imaginação dos milagres e do mistério sobre os quais, em última análise, será edificado o poder da Igreja; o segundo, Cristo, é, porém, um homem comum, realista em sua fé e intransigente nos princípios que deveriam, para ele, nortear a convivência humana.
O bom Jesus e o infame Cristo lança novas luzes sobre quem foi o fundador do cristianismo. Não para contestar sua presença capital na conformação da cultura do Ocidente nestes últimos dois milênios, mas para alimentar o debate em torno, justamente, da duradoura sobrevivência desse relato.
“Uma fábula muito corajosa e deliberadamente provocadora [...]. Pullman no melhor estilo, claro e conciso [...]. Uma narrativa ambiciosa, estimulante e profunda.” - The Guardian
“Apesar de Pullman mostrar sua erudição de forma leve, como fazem os grandes contadores de histórias, não tenho dúvida de que ele domina perfeitamente a complexidade da busca por um Jesus histórico. Um livro belo e impetuoso, que [...] vai tocar até aqueles que discordam dele.” - Richard Holloway, The Observer