Reconhecido internacionalmente pelo aclamado O Sr. Pip, finalista do Man Booker Prize em 2007 e ganhador do Commonwealth Prize, o neozelandês Lloyd Jones está de volta com mais um romance sobre a identidade na contemporaneidade. Se em seu premiado romance ele encena a narrativa numa distante ilha do pacífico sul, em Mundos roubados é a trajetória de uma imigrante ilegal do norte da África na Europa, em busca do filho que lhe foi roubado, que dá o mote da história: Inês, a protagonista da trama, é apresentada por aqueles que cruzam o seu caminho, na busca incessante que trava à procura do filho. Contado a partir de diversos pontos de vista, Jones conduz o leitor por uma trama emocionante e detetivesca, onde nada é exatamente o que parece.
Supervisora das camareiras em um hotel à beira-mar na Tunísia, Inês engravida de um hóspede alemão, que lhe tira o filho depois de nascido e desaparece com ele. Movida pelo desejo de reencontrar o garoto, Inês atravessa o Mediterrâneo, a Itália e a Suíça, com destino a Berlim. Neste caminho, a jovem africana protagoniza histórias ao lado de diferentes personagens. Do motorista de caminhão que a confundiu com uma prostituta, ao velho que a roubou ou aos caçadores que a contrabandearam pela fronteira, as múltiplas vozes narrativas dão forma a um mundo onde tudo de importante foi tirado de Inês: nome, origem, filho.
Quando se acha que já se conhece tudo sobre Inês e não há segredos a serem revelados, Lloyd Jones concede à protagonista o direito de contar a sua versão da história. Ao ler o relato da jovem mãe, podia-se esperar apenas uma repetição da primeira parte do livro, mas é especialmente a partir desse capítulo que se passa a conhecê-la verdadeiramente. A essa altura, os próprios leitores já têm a sua própria história com a personagem e seguem juntos com ela rumo a um desfecho surpreendente.