Congestionamentos, elevado custo de tarifa, oferta de serviços precários, ineficientes e defasados, projetos de grandes impactos, dentre outros fatos, trouxeram à baila o tema da mobilidade urbana no Brasil, sobretudo a partir do século XXI. Tudo isso incorreu na relativa diminuição da qualidade de vida dos indivíduos que residem em cidades de diferentes tamanhos e colocou esta pauta na ordem do dia das gestões municipais. Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, viu se aprofundarem nos últimos anos inúmeras contradições oriundas de problemas relacionados a: inexistência, até 2018, de um Plano Municipal de Mobilidade Urbana, conflitos no Sistema de Transporte Coletivo, implantação do Bus Rapid Transit (BRT), irrelevância de políticas voltadas aos veículos não motorizados e/ou coletivos e deficitária estrutura viária, de acessibilidade e circulação. Seria o problema a “falta de planejamento” ou o modo como o planejamento historicamente foi e é executado no Brasil? O propósito desta obra é, portanto, reconstruir parte da trajetória da mobilidade urbana no Brasil e, particularmente, em Feira de Santana, munindo esforços para repensar seus escopos teóricos e explicar facetas da realidade urbana baiana, um caminho trilhado, há algum tempo, pelo Grupo de Pesquisa Urbanização e Produção de Cidades na Bahia.