Gilberto Schwartsmann toca vários instrumentos. Às vezes, simultaneamente. Homem-orquestra. É um médico renomado. Um professor e pesquisador de respeito. Tem Lattes robusto e atualizado. No mundo universitário, praticamos esta filosofia: mostre-me o teu Lattes e te direi quem és! Schwartsmann, que fez doutorado na Holanda, passa altivo nesse teste. Parece cobertura das notas das escolas de samba do Rio de Janeiro. Vai item por item. Bateria: dezzz. Lattes: dezzzz. Com aquele sotaque carioca do narrador. Nosso homem tem relacionamentos internacionais em suas áreas de atuação consolidados, viaja, convida, é convidado, palestra, dá cursos, promove encontros. Organizou uma das melhores bienais do Mercosul da história do evento.Oncologista, gestor, agitador cultural, a alma de Gilberto Schwartsmann, porém, é mesmo de artista. A cultura movimenta todo o seu ser. Ele vibra. Tudo o que ele faz, faz bem. Muito bem. Bem demais. O que ama acima de tudo fazer é arte. Escreve belas crônicas. E agora nos surpreende com sete contos, sob o título Meus olhos. Sete contos verdadeiros, sete contos verossímeis, fluentes, encadeados, densos, humanos, muito humanos, evocativos, atravessados pelo famoso humor judaico, bons de ler, histórias que prendem, fazem sentido, contam dos sentidos da vida dos seus personagens, narrativas de apostas, sonhos, esperanças, viagens, no espaço e no tempo, memórias de família, de travessia e de construção de biografias.O leitor certamente se encantará com a prosa ágil e envolvente do contista. Na verdade, o autor pratica um gênero híbrido, polivalente, crônica, conto, memorialismo, depoimento, autoficção. O leitor que entre logo nos sete contos.Confira a fanpage da Editora Sulina