A obra do genial Ricardo Guilherme Dicke, em sua época injustamente pouco reconhecida pelo público, embora muito prestigiada pela crítica, retorna com a nova edição de seu mais poderoso romance, Madona dos Páramos, quarenta anos depois de seu primeiro lançamento e dezesseis anos depois da morte do autor.
“Um escritor que me comove até a medula [...] Madona dos páramos é uma obra-prima”, assim Hilda Hilst – uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século XX – descreve Ricardo Guilherme Dicke e seu romance Madona dos Páramos, publicado originalmente em 1982 e até hoje uma peça fundamental em sua vasta trajetória literária.
Madona dos Páramos conta a história de doze foragidos que cavalgam pelo sertão do centro-oeste brasileiro em busca da terra da Figueira-Mãe, onde os aguardariam o bem-estar e a justiça. Entre eles, uma mulher, a moça sem nome, arrebatada do lar e de sua família à força, alvo do desejo geral. Todos eles em uma batalha contra o clima e a geografia inóspitos, reflexo também de suas personalidades. A riqueza do trabalho de linguagem executado por Dicke é absolutamente inconfundível, tornando-o um dos grandes estilistas da língua portuguesa na segunda metade do século XX.
Nascido na Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Dicke escreve sobre um sertão que pouco se manifesta na literatura brasileira que conhecemos; não é o do Nordeste ou o de Minas Gerais, sobre o qual estamos mais acostumados a ler. Também não é sobre um lugar que reduz a condição humana, como bem disse Rodrigo Simon de Moraes – grande estudioso das obras do autor e quem assina o prefácio desta edição –, mas sim sobre um espaço que a amplia e que retrata a natureza como um “veículo privilegiado para um reencatamento do mundo, um sagrado que irá permitir estar aquém e além do tempo e, assim, superar a dicotomia entre a vida e a morte”.
Com esta nova edição do romance que ganhou o Prêmio Ficção de Brasília de 1981, Ricardo Guilherme Dicke volta ao merecido lugar de destaque na literatura brasileira.
“Um escritor que me comove até a medula é o Ricardo Guilherme Dicke. Eu o considero dono de uma linguagem excepcional, belíssima. Madona dos Páramos é uma obra-prima.” – Hilda Hilst
“Grande oportunidade de (re)descoberta de Ricardo Guilherme Dicke e de sua literatura ferozmente original.” – Marçal Aquino
“Gênio que viveu recluso.” – Ignácio de Loyola Brandão
“O injustamente desconhecido Ricardo Guilherme Dicke.” – Joca Reiners Terron
“Profundo conhecedor de literatura, faz de seu ofício um aprimoramento da arte criativa com a palavra.” – Madalena Machado, Universidade do Estado de Mato Grosso