"Em tempos como estes, não temos escolha a não ser ir em frente e continuar vivendo", diz Efratia em uma de suas cartas.
Este livro reúne parte da correspondência de Efratia Gitai, uma mulher do século XX, de opinião própria, libertária, com posições feministas e ideais socialistas. As cartas vão de 1929 a 1994 e retratam, numa escrita saborosa e de um ponto de vista subjetivo, os contextos políticos e sociais em que ela vive, na condição de mulher e judia, numa Europa marcada pela guerra e pela constituição do Estado de Israel. Nascida ao pé do Monte Carmelo em Israel, em 1900, Efratia faz seus estudos na Europa, na Áustria, e depois na Alemanha, até que a investida de Hitler a faz retornar a Israel. Dos três filhos que ela tem com o engenheiro Munio Gitai, o primogênito morre, o segundo é o cineasta Amos Gitai. Através de suas cartas se entrevê uma mulher inteligente, culta, esclarecida. As cartas misturam sentimentos pessoais e discussão política e cultural. Em uma delas, Efratia descreve a sessão de Luzes da Cidade, de Charles Chaplin, que ela assistiu no lançamento, em 1931. Em outra, responde a seu pai, discordando de sua posição política