"É nesse tom único que reside justamente a particularidade de Dona Lola: algo inédito na época, ela traz o ponto de vista da dona de casa para dentro da obra literária, conferindo grandeza dramática a janelas que batem, portas que se fecham, crianças que circulam pela sala. [...] Com Maria José Dupré, o ponto de vista feminino na literatura brasileira solidifica sua voz narrativa e o espaço da casa conquista estatura literária."
— Bianca Ribeiro, professora doutora em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP
Éramos seis foi publicado em 1943 e deu a Maria José Dupré o reconhecimento literário, tornando-se um dos livros de maior sucesso da literatura brasileira. Mas a obra termina deixando dúvidas: Como D. Lola envelhece? Onde está Alfredo? Isabel formará uma família? E Julinho? D. Genu continuará tendo afeição por mortos? Olga e Clotilde ainda vivem em Itapetininga?
A fim de saciar a curiosidade do leitor, em 1949, a autora publicou Dona Lola, romance que dá continuidade à história da narradora-personagem. E, agora, setenta anos depois da primeira edição, a editora Ática relança a obra.