A jornada de um homem que sonhou com um país unido pela música e enlouqueceu na tentativa de escrever o livro perfeito. Do autor vencedor do Prêmio Nobel de Literatura.
Toño Azpilcueta vive pela música tradicional peruana, e é, sem sombra de dúvida, a maior autoridade sobre o assunto no país. No entanto, em vez de desfrutar da merecida notoriedade entre a intelectualidade de Lima, ele utiliza seu vasto conhecimento escrevendo para revistas de pouca expressão.
Uma noite, é convidado a uma soirée para conhecer um guitarrista de quem nunca ouvira falar. Seu nome é Lalo Molfino, e, assim que os primeiros acordes ressoam, o estudioso percebe que está diante de um talento impressionante. Ele prevê uma carreira de sucesso para o jovem músico, mas não muito tempo depois descobre que Lalo morreu na pobreza, em completo anonimato. Como poderia o maior guitarrista na história do Peru ter um fim tão desolador? Quem era, afinal, Lalo Molfino, e por que ninguém parece se lembrar de seu nome ou de sua música?
Toño embarca então em uma jornada ao coração do país, determinado a escrever um livro sobre Molfino. Arrebatado pela tese de que a música que surgiu nas ruas mais pobres de Lima realizou o milagre de unir, pela primeira vez, todos os peruanos sob o mesmo céu, mergulha numa obra que aos poucos ganha dimensões épicas — e talvez delirantes.
Ao intercalar os escritos fervorosos de Toño sobre Molfino à sua trajetória inquieta, Vargas Llosa constrói uma narrativa cômica e cativante, profundamente humana, sobre um sonhador confrontado com seus moinhos de vento.
“A precisão do ritmo narrativo, o rigor impecável nos dados e referências advindas de uma apurada investigação, a habilidade na criação dos diálogos — a escrita de Mario Vargas Llosa estraçalha o mundo, como fazem os heróis nos romances de cavalaria.” — Ricardo Baixeras, El Periódico
“Os livros de Mario Vargas Llosa apresentam a visão mais complexa, apaixonada e expressiva do romance e do ofício do romancista de que tenho conhecimento; oferecem também o melhor estímulo que alguém pode encontrar para escrever.” — Javier Cercas, El País