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A morte de Santiago Nasar está anunciada desde a primeira linha da história. Toda a comunidade sabe do iminente assassinato movido por vingança, mas nada nem ninguém o salva de seu trágico fim.
O narrador imediatamente sentencia: “No dia em que o matariam, Santiago Nasar levantou-se às 5h30 da manhã.” Fatalidade, destino, o absurdo da existência humana. O que explica a tragédia que se abateu sobre o protagonista de Crônica de uma morte anunciada?
Nesta trama de construção perfeita, García Márquez monta um quebra-cabeça cujas peças vão se encaixando pouco a pouco, através da superposição das versões de testemunhas que estiveram próximas a Santiago Nasar no último dia de sua vida.
Em que e em quem acreditar? Como descartar a parcialidade das versões e “o espelho quebrado da memória” dos envolvidos.
É isso que o leitor vai descobrir ao longo da narrativa sóbria e direta, cuja estrutura toma emprestado o rigor jornalístico da reconstituição dos fatos tão caro a García Márquez. Todo o tempo, porém, o autor mantém a poesia, a sensualidade e a beleza de sua história e de seus personagens.
Gabriel García Márquez publicou Crônicas de uma morte anunciada em 1981, um ano antes de receber o Prêmio Nobel de Literatura que o consagrou definitivamente como um dos mais importantes autores contemporâneos.
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