VIVEMOS momentos de retrocesso no que respeita aos direitos humanos e ao bem-estar, justiça e inclusão sociais. Várias comunidades sofrem politicamente, emocionalmente e fisicamente, por causa de uma sociedade que não cuida da totalidade dos seus membros, ignorando os mais vulneráveis e sujeitando-os a comportamentos discriminatórios e persecutórios influenciados pela ignorância, pelo preconceito e pela intolerância.Os efeitos negativos da modernidade e da globalização têm-se intensificado e as instituições sociais e políticas parecem incapazes ou não estão dispostas a responder efetivamente às múltiplas situações de injustiça. As assimetrias sociais têm-se agravado, perpetuando um sistema que beneficia apenas uma pequena minoria, à custa do sofrimento e da exclusão da maior parte da população. O clima político e social global está saturado de raiva, medo, desconfiança e desânimo. A polarização política repercute-se em divisões e conflitos tanto dentrodas comunidades como das próprias famílias. Como podemos contrariar esta situação? Como podemos combater as causas de tais injustiças? Como podemos contribuir para a diminuição do sofrimento humano? O livro que têm nas vossas mãos (e que tenho o prazer de prefaciar) constitui um excelente bálsamo para a dor e o sofrimento destes tempos difíceis, fazendo-nos acreditar e ter esperança em melhores dias. É um livro sobre o poder da educação e dos cidadãos na luta contra ideologias e estruturas que restringem os direitos e o acesso daqueles que afirmam servir. Constitui um manifesto contra o fatalismo, o pessimismo, a apatia ou a complacência perante a injustiça social, através da apresentação de propostas educativas promotoras de reflexão e questionamento sobre os problemas da sociedade atual, com o intuito de empoderar os cidadãos para a transformação social no sentido da construção de um mundo mais justo, inclusivo e sustentável. Apresenta uma perspetiva humanista da educação em ciências que combina a abordagem de conteú