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Guerras podem destruir tudo, menos a imaginação.
O bósnio Saša Stanišić fugiu da guerra ainda criança. Com o passar dos anos, na vida nova construída em Alemanha, apagou as memórias da infância. Para resgatar esse tempo, um passado de guerra, abandono e destruição, ele cria Aleksandar, narrador de seu romance de estréia Como o soldado conserta o gramofone.
Esta ficção com notas autobiográficas prova que as guerras podem destruir tudo, menos a imaginação. Sucesso absoluto de crítica, o livro ficou entre os seis finalistas do Prêmio Livro Alemão do Ano (Deutscher Buchpreis) de 2006 - o mais importante da Alemanha - e ganhou diversos prêmios, entre os quais se destacam o prêmio do público no Concurso Ingeborg Bachmann e, em 2008, o Adelbert Van Chamisso e o Heimito-von-Doderer. É uma amostra da qualidade da literatura contemporânea do leste europeu.
No romance, Aleksandar vive numa pequena cidade da Bósnia. Seu passatempo preferido - e maior talento - é contar histórias. Habilidade herdada do avô e que nem sempre se afina com a entediante rotina escolar. Porém, quando a guerra destrói seu mundo, e Aleksandar se refugia com os pais no Sul da Alemanha, a sua imaginação assumirá um papel fundamental. Através das narrativas mirabolantes e fantasiosas irá preservar uma memória, enquanto transforma a sua terra perdida num território ficcional.
Um romance de excepcional exuberância - poético, trágico e cômico - Como o soldado conserta o gramofone fala de uma infância excepcional vivida em circunstâncias extraordinárias, sobre a perda brutal daquilo em que mais confiamos e sobre a crença indestrutível na narração. Porque nem todo o passado é suave, mas nem assim faz sentido que o deixemos esquecido.
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