Até onde pode ir o estrago causado pelo crack? Neste romance ao mesmo tempo cômico e provocador, Julio Pecly dá a resposta com uma história que traz o fantástico para o cotidiano da favela carioca. No lugar do convívio diário com o vício e o tráfico, nos deparamos com a luta desesperada de um grupo de moradores para fugir da favela invadida por zumbis contaminados pela droga. E onde esperaríamos o auxílio do Estado, vemos a perspectiva ainda mais assustadora de uma polícia que entra na favela para calar e matar. Com uma escrita leve e direta, acostumada aos becos e vielas da comunidade, e à experiência de quem passou uma vida inteira lá dentro, o autor alia fantasia e crítica social para construir um thriller inusitado e um dia comum na Cidade de Deus, os moradores se veem impedidos de entrar e sair da comunidade por policiais armados. Seria apenas mais uma das muitas operações a que já estão acostumados, não fosse o motivo inédito e assustador: uma invasão zumbi na favela. Ao se ver cercado, um grupo de moradores e traficantes decide fugir, mas para isso precisa enfrentar não apenas a ira dessas criaturas assustadoras, mas também as armas dos soldados enviados pelo Estado, dispostos a matar qualquer um – zumbi, traficante ou morador. Sobre o autor: JULIO PECLY, carioca de Madureira, morador da Cidade de Deus, cadeirante, escritor, roteirista e diretor de cinema, participou de vários cursos de audiovisual populares em comunidades, como, Cufa, Cinema Nosso e Cinemaneiro. Fez parte da equipe de criação de Malhação - Conectados, da Rede Globo, temporada 2011/2012. Realizou, em parceria com seu inseparável amigo Paulo Silva, doze curtas e um longa, Enchente, de 2009. Sete Minutos, com o qual ganharam o prêmio de melhor curta-metragem do Festival do Rio de 2007, levou-os a rodar o Brasil e o mundo. O conto Segunda chance, que Julio Pecly publicou na primeira edição da FLUPP Pensa, foi traduzido pela prestigiada autora norte-americana Lydia Davis. Julio morreu em janeiro de 2015.