UM SUSPENSE SOMBRIO DE HORROR DOR E TRAUMAS
Rosane Montalvão estreia na literatura de suspense com um terror psicológico que nos leva para o fundo da alma. Uma trama cortante, cruel e perturbadora.
A vida não é bela
As histórias do dia a dia costumam ser cansativas e previsíveis.
Até que surge alguém — esta nova escritora — com um enredo inusitado, perturbador, apavorante.
A protagonista — Alana, uma bailarina traumatizada com o suicídio do filho — percorre a trama de suspense desvelando elementos de sadismo, autodestruição, amor e ambição. O que sobra de um lar depois que um filho se mata ao descobrir uma verdade devastadora? De que serve a vida se o parceiro é um advogado que quer enterrá-la viva (e a interna num hospício de horrores), enquanto se afunda no álcool e no egoísmo?
Este livro surpreende a cada página, a cada um dos 17 capítulos curtos e objetivos. Fantasmas do passado vão saindo dos armários de uma casa sombria ou pelos corredores do hospício onde Alana sofre, para arrepiar, chocar e hipnotizar o leitor.
Tudo aqui é sombrio. Tudo aqui é horror. A trama avança, cada vez mais distante de um final feliz — e a crueldade perpassa cada página, cortando mente e alma. Sim, existe amor em meio a esse caos, mas a cada cena ele é revisto. Sim, existe uma família, mas
também esta precisa ser reavaliada.
Estamos diante de um thriller de suspense, dor e traumas familiares.
A história é pesada, sinistra e desconfortante, com barulhos de portas, coisas caindo, ecos fantasmagóricos de seres de outro mundo, situações-limite.
Rosane Montalvão nos leva para o mais profundo da alma humana, para um verdadeiro sacrifício pós-traumático de sofrimentos indizíveis, de tal forma que, ao final, paradoxalmente incomodados e aliviados, somos levados a rever a própria vida.
A vida não é bela. E precisamos ter cuidado, pois amanhã pode ser pior. Bem pior.
Rosane Montalvão,
47 anos, é uma carioca que lê desde sempre e sempre quis escrever. Ela se formou em publicidade, mas investiu em reformas e revendas de imóveis. Durante a pandemia da Covid-19, colocou sua máscara, afundou em bibliotecas e escreveu “Calmaria forçada”, seu primeiro romance. Para ela, nas histórias humanas existem espaços vazios e rastros a serem descobertos.