Livro sobre o único veleiro Brasileiro, o Brasil1, a participar da desafiante volta ao mundo Volvo Ocean Race comandada por Torben Grael

Desde a quebra do mastro de 32 metros de altura a dois mil quilômetros da costa australiana e a passagem pelo temido Cabo Horn, considerado um cemitério de barcos, passando pela a heroica travessia do Atlântico norte quando a embarcação foi atingida por uma tempestade atroz, até a vitória na etapa Inglaterra-Holanda e a parada no Rio de Janeiro, que atraiu 170 mil pessoas à Marina da Glória - tudo é contado no livro com o primoroso texto de Murilo Novaes e ilustrado com as belas fotos de Luiz Doro Neto, Hector Etchebaster e Oskar Kihlborg.

A obra destaca que o Brasil 1 foi mais do que um sonho e um desafio de colocar um barco brasileiro numa regata desta envergadura. “Foi também uma iniciativa comercial para mostrar ao mundo, no pavilhão instalado em todas as nove paradas, que o Brasil não é somente a imagem estereotipada do samba e do futebol. Evidenciou-se, através dos produtos e serviços exibidos, que o país é uma nação moderna, industrializada, com produtos de classe mundial que podem concorrer em qualquer mercado do planeta”, diz um trecho do livro.

O sonho de ter um barco brasileiro disputando esta lendária regata foi possível graças a um grupo de empresários, sob o comando do também empresário e medalhista olímpico Alan Adler e do medalhista olímpico Grael. “Sempre fui movido a desafios. Por isso, sonhei um ver um time brasileiro no topo da vela mundial”, observa Adler.

O barco, que foi construído num estaleiro de Indaiatuba e projetado pelo designer Bruce Farr, enfrentou seu primeiro grande desafio mesmo antes de ser lançado ao mar: um tornado atingiu a cidade e fez voar o galpão no terreno ao lado de onde o veleiro, quase concluído, estava afixado. “Ele sobreviveu à sua primeira tempestade. Em terra!”, lembra Grael.

Depois de ser levado por rodovia puxado por um caminhão Volvo FH de Indaiatuba ao Rio de Janeiro, o Brasil 1 zarpou em 20 de agosto, num sábado à tarde, com destino a Cascais, Portugal, onde receberia os últimos ajustes antes da largada. “Mais de 100 barcos acompanharam o veleiro verde e amarelo numa verdadeira procissão náutica até a saída da baia de Guanabara”, relata o livro.

Outros episódios importantes contados no livro obra são o incêndio a bordo na etapa de Baltimore a Nova York, nos Estados Unidos; a passagem pelos mares do sul, com icebergs despontando nas águas mais perigosas do planeta; e a rachadura do convés dois dias depois que a flotilha deixou a África.

Além de Grael, a equipe transnacional do Brasil 1 era formada pelos brasileiros João Signorini, o Joca (timoneiro e regulador de velas); André Fonseca, o Bochecha (timoneiro e regulador de velas); Henrique Pellicano, o Kiko (proeiro e regulador de velas); Marcelo Ferreira (regulador de velas); Alan Adler (11o homem/regatas de porto); e pelos estrangeiros Marcel Van Triest (navegador holandês); Stuart Wilson (regulador e coordenador de velas neo-zeolandês); Andrew Meiklejohn (proeiro e responsável por cabos e mastro neo-zeolandês); Knut Frostad, timoneiro norueguês; Roberto Bermudez (timoneiro espanhol) e Horácio Carabelli (regulador de velas e diretor técnico uruguaio).

Direção geral: Sergio A. de Mello e Souza
Projeto editorial: Felipe Taborda, Murillo Novaes, Ligia Santiago, Daniel Markus, Sergio A. de Mello e Souza
Direção de arte: Felipe Taborda
Textos e legendas: Murillo Novaes
Design: Ligia Santiago
Pesquisa e produção: Daniel Markus
Ilustrações: Axel Sande/ Gabinete de Artes 166, 6° 88,89,104, 144, 176, 190, 200, 210, 218
Revisão e versão inglês: Jason Campelo
Realização: Brasil 1