Autor de Trainspotting, ícone da literatura e do cinema dos anos 1990 que revelou o submundo das drogas e a falta de perspectivas de toda uma geração em sua Edimburgo natal, o escocês Irvine Welsh, lança no Brasil A vida sexual das gêmeas siamesas. No novo livro, Welsh novamente revela o humano e o grotesco da sociedade ocidental, ao contar a história de Lucy Brennan e Lena Sorenson, duas mulheres muito diferentes que se veem intimamente ligadas após um incidente. Na agressiva e desbocada Lucy, bem como no seu oposto, a vulnerável e manipuladora Lena, o autor criou duas de suas mais memoráveis protagonistas femininas e mostra mais uma vez por que é um dos maiores nomes da ficção contemporânea.
Tudo começa quando, em Miami, a personal trainer Lucy Brennan (“Sem desculpas, só resultados – seja o máximo que você puder ser!”, dizem as letras em alto-relevo de seu cartão profissional) interfere em uma tentativa de assassinato e, com socos e voadoras, imobiliza um homem armado. Foi um ato heroico, impressionante, cinematográfico – e apropriadamente registrado pela câmera de um celular. Ela amanhece como uma das grandes sensações midiáticas do momento, atrás apenas das gêmeas siamesas de 15 anos do Arkansas que dividiram a nação com seu dilema moral: o que fazer quando uma quer sair para namorar e a outra prefere ficar em casa?
Enfim, não importa, há espaço para todos. Lucy logo recebe uma proposta para estrelar um reality show no VH1, procura uma empresária e ganha uma fã número um: Lena Sorensen – única testemunha ocular de sua obra-prima e autora do vídeo que a levou ao estrelato –, que acaba se tornando sua cliente. De um lado, uma atleta vigorosa, decidida, no auge da forma física; de outro, uma artista retraída, vulnerável e acima do peso. Os opostos se atraem, mas o que acontece depois? Se complementam? Ou se destroem?