A pedagogia da paixão de Madalena Freire: registros de encontros, diálogos e parcerias é a justa e amorosa celebração a essa grande pedagoga brasileira.

Há mais de seis décadas de pensamento e prática de uma “outra educação”, Madalena Freire honra e extrapola o parentesco com o Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire. Como lembra a organizadora Teresa Cristina Rego, “Madalena construiu para si um caminho próprio e muito relevante nos estudos de pedagogia no Brasil”, em especial, na educação infantil. Atuou ativamente na formação das primeiras “escolas alternativas” nas décadas de 1970 e 1980, em São Paulo. Dessa experiência surgiu o emblemático livro A paixão de conhecer o mundo, marco do pensamento pedagógico brasileiro, no qual estão reunidos relatórios e diários de classe com suas práticas educacionais – que sintetizam diversas teorias, de Paulo Freire a Jean Piaget, de Enrique Pichon-Rivière a Lev Vigotski.

Neste livro, estão presentes dezoito cartas, registros históricos e afetuosos de autoras de perfis e gerações muito diferentes, mas que cruzaram com Madalena Freire pela palavra ou pela presença. Algumas foram parceiras, outras alunas da educadora em seu Espaço Pedagógico (centro de formação de referência para professores), outras se inspiraram em seus livros, ensaios e artigos. Mas todas, sem exceção, são suas admiradoras e legatárias e relatam a importância da paixão no ensinar a si e ao outro, em uma eterna troca entre educador e educando.

A pedagogia da paixão de Madalena Freire: registros de encontros, diálogos e parcerias é uma oportunidade única para homenagear essa grande intelectual em vida. É, também, um retrato vivo de determinado período da educação brasileira. A história de “Madá”, como é carinhosamente apelidada, se mistura com a do pensamento pedagógico de nosso país, e, por tanto, a Editora Paz & Terra se volta à celebração de seu legado.

“Aquela tradicional relação em que o professor é pessoa que já aprendeu tudo e agora só ensina foi posta de lado, dando lugar a um trabalho criativo e cheio de vida.” – Folha de S.Paulo.