Como se dá a descoberta do autismo na idade adulta? Quais são as consequências práticas trazidas pela revelação do TEA? Preconceitos? Negativas de planos de saúde e psiquiatras? Incompreensões familiares? Explicações sobre a anatomia diversa do cérebro e seus efeitos? Crises existenciais? Autistas vivem sua sexualidade como outros adultos, ou “anjos azuis” não têm sexo? Como é ser diagnosticado com uma deficiência invisível no Brasil em 2020? Este romance conta a história de José Santos, cientista da computação que tem comportamento reservado, é discreto e de poucas palavras. Ele é casado com Eduarda e pai de Juju, de 2 anos. Santos já trabalhava em home office antes da pandemia e fica particularmente aflito com a crise da Covid-19 e suas consequências. O livro se inicia com uma manhã corriqueira de trabalho se transformando em um quase infarto. Após uma separação traumática, Santos começa um diário por recomendação da ex-terapeuta. Ao longo do tratamento, sua nova psicóloga percebe vários sinais de TEA e sugere uma avaliação neuropsicológica, que aponta autismo aos quarenta anos. A partir do laudo, Santos é encaminhado para um psicólogo especializado em autistas adultos, e surpresas amorosas acontecem. A vida é repleta de romances e separações. Paralelamente, Santos começa a descobrir as características de autistas adultos e ganha sentimento de pertencimento. Várias das suas “atitudes estranhas” durante a vida são ressignificadas como comportamentos “normais” de pessoas neurodiversas. Enquanto isso, o Brasil vive o caos da pandemia entre 2020 e 2022, com o Governo Federal guiado pelo negacionismo científico e o Ministério da Saúde ocupado por um general. E o Cruzeiro segue na Série B pelos três anos, para desespero de Santos. O título contém uma ironia ao odioso termo “anjo azul”, e o romance é dividido em quatro partes: “Separação”, “Laudo”, “Romance” e “Separação”.