Ao contar, por meio de cartas, histórias de amizade, amor e perdas, A cidade e a casa traz de volta o estilo inconfundível de Natalia Ginzburg, capaz de extrair das miudezas do dia a dia um profundo sentido humano.
Um conjunto de cartas narra a vida de um grupo de amigos na Itália da virada dos anos 1970 para os 1980. A história começa com a ida de um deles para os Estados Unidos, onde o plano de viver com o irmão professor em Princeton parece promissor, e termina no relato resignado que uma mulher, devastada pela passagem do tempo, faz de um antigo amante com “longo nariz” e mãos “sempre frias, mesmo quando fazia calor”. Entre uma coisa e outra há mortes, desencontros, separações. É verdade que A cidade e a casa pode ser lido a partir da dicotomia sugerida pelo próprio título: um romance sobre a dissolução familiar que reflete (ou impulsiona) uma dissolução maior, numa época politicamente turbulenta para a sociedade italiana. Mas a melancolia é só um ponto de partida: a energia da prosa de Natalia Ginzburg, autora capaz de extrair grande intensidade e beleza do cotidiano, é um farol que sempre aponta para um mundo mais humano e generoso. Nos variados tons das cartas, que acompanham o estado emocional de cada remetente, a singeleza das motivações tem o mesmo sentido ambíguo. Percebemos o que está oculto nas entrelinhas, os segredos, as pequenas trapaças. A empatia chega a quem lê de modo natural, irresistível. Um romance de rara beleza de uma autora fundamental.
“É como se a sua escrita fosse um segredo que esperei toda a minha vida para descobrir.” — Sally Rooney
“A ficção de Natalia Ginzburg captura tudo o que é estranho, adorável e fugaz no mundo.” — The New York Times
“Um breve e habilidoso romance epistolar sobre os laços que nos unem e que se mostram surpreendentemente fortes parecendo tão frágeis.” — Kirkus Reviews