Considerado uma obra “irmã” de A visita cruel do tempo, novo livro da autora fala sobre a busca de autenticidade e sentido em um mundo altamente tecnológico
Em 2010, em A visita cruel do tempo, Jennifer Egan criou um romance conceitual e caleidoscópico que conquistou o público e a crítica, vencendo os mais prestigiosos prêmios de literatura. A complexa rede de personagens — todos de alguma forma conectados com a indústria fonográfica — permitiu a Egan misturar diferentes técnicas narrativas, inclusive um capítulo todo feito em slides de PowerPoint, que tornaram o livro um fenômeno mundial.
Em A casa de doces, a autora retoma vários personagens secundários daquela história, a começar por Bix Bouton. Incrivelmente brilhante, Bix é um empresário de sucesso, conhecido por todos como um “semideus da tecnologia”. Mas, aos 40 anos, ele está exausto e desesperado por uma nova ideia. Até que se depara com um debate entre professores da Universidade de Columbia e descobre que um deles está pesquisando a “externalização” da memória humana. Em 2020, a nova ferramenta de Bix, Domine Seu Inconsciente — que acessa todas as memórias do ser humano e permite compartilhá-las em troca do acesso às memórias de outras pessoas —, já seduziu multidões. Mas nem todos se renderam aos seus encantos.
Em uma teia fascinante, acompanhamos as consequências dessa assustadora tecnologia na vida de vários personagens, cujos caminhos se cruzam em diferentes momentos ao longo de décadas. Mestre em manipular com precisão uma variedade de vozes e estilos, Jennifer Egan retrata em A casa de doces um mundo que não está tão distante de nossa realidade.