Este livro acompanha a trajetória que marcou as igrejas cristãs na busca de sua unidade. Desde as discussões sobre o ecumenismo iniciadas no século XIX como fruto das ações missionárias das igrejas europeias e americanas até a configuração contemporânea daquilo que é conhecido como diálogo inter-religioso, passando necessariamente pelos compromissos revolucionários da América Latina e sua Teologia da Libertação no último quartil do século XX. O livro Do ecumenismo ao diálogo inter-religioso aponta para a mudança de paradigma nas buscas e formas de aproximação entre as organizações religiosas e as implicações que essa mudança trouxe para o campo das relações entre as igrejas cristãs e dessas com outras formas de expressões religiosas no Brasil. Enquanto o ecumenismo, configurado inicialmente em forma de movimento e institucionalizado em seguida nas organizações financiadas pela chamada Cooperação Ecumênica, se pensava como vínculo de unidade dos povos latino-americanos em prol de sua libertação e autonomia, informado pela Teologia da Libertação, o diálogo inter-religioso, por sua vez, se propõe, em uma perspectiva ética e cidadã, a construir espaços de convivência e mútuo reconhecimento. Perspectiva essa tão ou mais revolucionária que aquela, dada a conjuntura social e política na qual vivemos.