Cd - dominguinhos - é isso aí! simples como a vida - WARNER

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Dominguinhos passou a ter livre acesso a todos os nichos da MPB, um sanfoneiro pop que tanto podia fazer show ao lado da eterna musa Nara Leão, quanto ter música sua cantada pelo grupo A Cor do Som. Ao mesmo tempo em que invadia as praias do "Sul Maravilha", ele não esqueceu do nordeste. Seus discos são sempre impregnados de sabor regional e ao mesmo tempo em que são universais. O forrozeiro de voz suave, jeito manso, que aprendeu com a vida, encarava na chincha, compositores de diplomas universitários e levava festivais de MPB, como fez com o festival da TV Tupi, em 1979, com "Quem me levará sou eu" (com Manduka).

Dominguinhos é dono de uma vasta e preciosa discografia, espalhada por várias gravadoras, a maioria dos títulos ainda inéditos em CD. É portanto mais que oportuna a reedição de "É isso aí! Simples como a vida" (1988), "Veredas Nordestinas" (1989), e "Aqui tá ficando bom!" (1990), gravados na extinta Continental com produção de Carlos Alberto Sion, e que agora a Warner Music lança pela primeira vez em CD.

É isso aí! Simples como a vida (1988)
Dominguinhos, desde que foi descoberto pelos tropicalistas em 1972, no show "Luiz Gonzaga volta para curtir", no Teatro Teresa Raquel em Copacabana, tornou-se o primeiro forrozeiro com livre circulação entre os mais diversos segmentos da MPB (Sivuca também fez isso, porém nunca foi exatamente forrozeiro), mas com fortes vínculos em suas raízes nordestinas. Em "É isso aí! Simples como a vida", reafirma o talento para traduzir os sentimentos de uma região, como apenas Gonzagão o fez antes dele. Vai do lúdico "Roça roça" (com a sua mulher Guadalupe), a um baião de recorte clássico do paraibano João Gonçalves, mais conhecido pelos forrós de duplo sentido, feito Severina Xique-Xique.

Aqui ele reforça em três faixas, a parceria vitoriosa com Nando Cordel e tenta repetir com Guadalupe a parceria marido/mulher tão bem-sucedida com Anastácia, presente no álbum "Já vou mãe". Dominguinhos faz o forró tradicional com roupagem urbana e elementos apreendidos nos bailes da vida, na noite carioca, quando precisava ganhar o leite das crianças. Isto enriquece sua música, fazendo com que ele vá do arrasta-pé à toada, sempre rica e lúdica. Como em quase todos os seus discos, sobretudo dos anos 80, Dominguinhos está muito bem acompanhado: Amilson Godoy (teclados), Arismar do Espírito Santos (baixo), Heraldo do Monte (guitarra), Chiquinho do Acordeon, (ex-companheiro nos Três Pingüins), e Valdomiro Moraes (pandeiro e ganzá).